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Relembre momentos em que William Bonner se emocionou na bancada do Jornal Nacional
Por Administrador
Publicado em 02/09/2025 11:29
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No dia em que o Jornal Nacional comemora 56 anos, William Bonner se despede da bancada. São 29 anos como apresentador e 26 anos acumulando também a função de editor-chefe.  Nesta segunda-feira (1), o jornalista anuncia que ficará no comando do telejornal até 3 de novembro, quando César Tralli assumirá o posto de âncora ao lado de Renata Vasconcellos.

A partir do ano que vem, William Bonner se juntará à Sandra Annenberg na apresentação do Globo Repórter.

Conforme o G1, há cerca de cinco anos, a Globo e o apresentador do JN vêm trabalhando e construindo a sua substituição e troca de função. “Bonner manifestou desejo de abrir mão de funções executivas e da atuação no jornalismo diário para ter mais tempo para sua família e atividades pessoais”, diz a nota. 

O que William Bonner disse sobre a saída do Jornal Nacional?

Em nota publicada pelo G1, o jornalista falou sobre a mudança. Veja a íntegra: 

“Esse aniversário do JN não tem número redondo, lançamento de livro, série especial de reportagens. E, mesmo assim, foi o que consumiu mais tempo para ser preparado. Foram cinco anos, desde a minha primeira conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e pela apresentação do JN. Precisamos superar a fase crítica da pandemia, arquitetar sucessões e preparar sucessores até a data do anúncio das novidades. E, finalmente, podemos todos conversar sobre essas conquistas e movimentos sem reservas. Alguns números ajudam a explicar meu desejo e minha necessidade de mudar de ritmo. São 29 anos e quatro meses de JN. Exatos 26 anos como chefe da equipe de editores, comandando reuniões, avaliando pautas, planejando edições, apresentando as notícias a milhões. Nesse período, tornei-me pai, vi minhas crianças acharem que se tornaram adultos. Mudaram de endereço, até de país. Ser recebido pelo Globo Repórter me deixa honrado e gratíssimo. Todos os meus amigos me ouviram falar do sonho de integrar essa equipe quando pudesse deixar o JN. De todos os programas do jornalismo já existentes quando cheguei à Globo, é o único em que nunca atuei, nem interinamente, em 39 anos. Lembro quando a Sandra Annenberg chegou lá. Amiga de décadas, cúmplice do meu sonho, que era dela também, Sandra me mandou mensagem carinhosa: ‘Cheguei antes, amigo. Te espero aqui!’ Ano que vem, estaremos juntos por lá. O Tralli receberá o carinho e o apoio merecidíssimo que o time do JN sabe compartilhar. E terei prazer de continuar colhendo até lá”, explicou.

Relembre momentos em que William Bonner se emocionou na bancada do Jornal Nacional

William Bonner esteve à frente da câmera do Jornal Nacional em momentos e despedidas marcantes para o público. Relembre alguns deles:

Pandemia da Covid-19

Durante a pandemia da Covid-19, em abril de 2020, Bonner se emocionou após a exibição de uma reportagem em que mostrava como as pessoas estavam se comportando durante o isolamento social.

A matéria contava a história de uma mulher que cantava na varanda do apartamento para os vizinhos na intenção de levar alegria no momento difícil que o mundo estava passando. Ao retornar para a bancada, o apresentador apareceu visivelmente emocionado, tanto que Renata Vasconcellos terminou a edição para o colega.

"Bonner ficou emocionado", entregou Renata. "Não. Eu não. Eu quase não me emociono", respondeu Bonner em tom de brincadeira. "Eu vou encerrar, tá?", disse a âncora.

Morte de Tim Lopes

Um deles se deu na edição que envolveu a morte de Tim Lopes, assassinado durante reportagem investigativa sobre o tráfico no Rio, em junho de 2002.

“Tim, você sabe que em dias tristes como o de hoje, nós costumamos evitar o boa noite, deixando que o silêncio dos estúdios mostre toda a eloquência da nossa dor. Mas hoje decidimos fazer diferente. [...] Em vez do silêncio, o nosso aplauso”, disse, ao término da atração. As palmas iniciadas por Bonner se espalharam por todos os funcionários da redação que, de pé, participaram da edição histórica.

Morte de Roberto Marinho 

Em agosto de 2003, aos 98 anos, William Bonner foi o responsável por ler a carta escrita em conjunto pelos filhos do então presidente do grupo Globo. Na reta final, se emocionou. 

“Esta é a nossa intenção, esta é a nossa determinação...”, lia, quando abruptamente parou, baixou o olhar e deu um longo suspiro. Instantes depois, ergueu a cabeça e retomou: “... este é o nosso compromisso”. Nova pausa. Bonner mexeu levemente no papel que lê e leva uma das mãos ao queixo. “Eu vou concluir...”. “Assinam a carta Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho. Até amanhã”, encerrou.

Morte de Gloria Maria

O apresentador também esteve presente na edição do Jornal Nacional que marcou o anúncio da morte de Gloria Maria. O encerramento, porém, ficou a cargo da colega, Renata Vasconcellos: “Nós todos colegas da Gloria temos a consciência de que nenhuma homenagem estaria à altura do que ela representa para a gente, mas a gente tentou, né?”. A apresentadora estendeu a mão para Bonner, que a segurou e concluiu: “A gente tentou.” Na sequência vieram cerca de sete minutos de aplausos, passando por redações do jornalismo da Globo em diversas cidades pelo Brasil.

FonteBand.
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